terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Inverno, Influenza e Escolas do Japão

Mês de Janeiro, no Brasil, é sinônimo de alegria, festa, férias, verão e carnaval.
Muito diferente do Japão, já que nessa época do ano, se pudéssemos, simplesmente hibernaríamos.
Só de pensar no começo do ano a gente já congela.
Mês de janeiro, no Japão, é sinônimo de frio, neve, chocolate quente e programas caseiros infinitos.
O inverno já é bastante rigoroso e, como se isso não bastasse, ainda vem acompanhado da influenza.
É uma gripe fortíssima e que se não cuidar devidamente, pode ser fatal.
Por aqui é muito comum, todos os anos a maior parte da população contrai esse vírus.
Eu mesma já peguei a "maldita" por 5 anos consecutivos.
Detalhe: tomando vacina!
A influenza é do tipo que derruba qualquer um; febres altíssimas, dores no corpo inteiro(como se você tivesse levado a maior surra da sua vida), enfim... É de lascar!
O vírus se espalha com muita rapidez e é exatamente por isso que, quando há surtos em escolas, por exemplo, eles suspendem as aulas.
Foi o que aconteceu com a classe do João, o meu filho mais velho.
Apenas na classe dele 10 crianças contrairam o vírus, e isso foi mais que suficiente para suspender as aulas até a próxima semana.
Bom, ele pulou de alegria, né! Que criança não gosta de receber uma noticia dessas em plena terça-feira?
Por um lado eu também achei bom.
Vocês não imaginam a dor que eu sinto no meu coração ao acordá-lo todos os dias de manhã, nesse frio insuportável e mandá-lo a pé para a escola.
É isso mesmo!
A partir da primeira série, as crianças passam a ir a pé!
Faça chuva ou faça sol. Faça frio ou faça calor. Nevando ou não.
Mas deixa eu explicar esse sistema direitinho pra vocês.
Cada bairro tem uma escola, então todas as crianças estudam na escola mais próxima de suas casas.
Não existe isso de escola particular, de escolher a escola que quiser.
Todas as escolas são públicas e todas tem o mesmo sistema de ensino. O mesmo!
Se você quiser que o seu filho estude em uma determinada escola, você terá que se mudar para aquele bairro.
Isso facilita no percurso e fazendo com que todas vão em segurança.
As crianças vão em fila, e cada fila tem o seu horário e o ponto de saída já marcado.
Quem determina tudo isso é a própria escola.
A fila não é composta por série, mas pela proximidade.
Por exemplo; a fila do João sai do meu prédio com todas as crianças que aqui moram também. Se uma criança mora longe de todas as outras, ela vai esperar a fila mais próxima de sua casa passar por ali para acompanhá-los. Independente do grau de escolaridade. Geralmente o mais velho dessa turma fica como o responsável.
Sem contar os voluntários que fazem as patrulhas; vizinhos e também os próprios pais.
Eu não sei como funciona com os vizinhos, mas os pais fazem revezamento. Cada dia um tem que ficar em um determinado ponto, perto de suas respectivas casas.
Também existem as patrulhas de carro e muitas outras.
Ou seja, as crianças vão a pé sim, desde os seus 6 anos de idade.
Mas não é simplesmente jogá-los na rua e irem por conta própria.
Envolve muita segurança e muita responsabilidade.
O Japão é um país muito seguro, então não há problemas nisso.
Óbvio que todos os países tem a sua criminalidade, por isso já dão palestras e ensinam as crianças muito antes de ingressarem no primário.
Tem programas sobre como se defender de estranhos nas ruas, onde e como pedir ajuda, para quem pedir ajuda (o que é muito importante), e muitas outras coisas.
Toda casa ou comercio com o número 110 é de auxílio a todas as crianças, já voltados a ajudá-los.
E existem muitas, uma a cada esquina, praticamente.
Bom, a partir dos 12 anos de idade, onde começa o ensino fundamental, as crianças são obrigadas a irem de bicicleta.
Eu acredito que seja o mesmo esquema.
Quando o João ingressar no ensino fundamental, eu falo mais sobre isso com vocês.
Depois o ensino médio, onde já é cada um por si e a escolha de onde estudar é individual.
Mas não é simplesmente se matricular em qualquer escola que você quiser, não.
Nesse caso o sistema é diferente.
Tem escolas melhores e com vários cursos.
Para conseguir uma matrícula, tudo vai depender do seu currículo escolar, atividades extracurriculares, e etc...
Se a criança foi preguiçosa e não gostava de estudar e também não teve incentivo dos pais, então dificilmente ela vai conseguir ingressar numa boa escola.
É basicamente o mesmo sistema dos EUA, pelo o que eu vejo em filmes. haha

Talvez deva ser por esse e muitos outros motivos, claro, que muitos adolescentes se suicidam. É o que eu ouvi dizer.
Tudo depende do esforço próprio. Uma vez fracassados se envergonham e envergonham a família.
Os japoneses são muito frios, não dão afeto aos seus filhos.
Não generalizo, mas a maioria em si.
Eu posso dizer com a maior certeza que eu sou a ÚNICA mãe que beija o filho ao se despedir.
Pelo menos em público eles não tem esse costume.
Mas isso também já é assunto para outro post. =D

Enfim, espero ter tirado a dúvida de muitos e matado a curiosidade de outros em relação a escola e o sistema educacional do Japão.

Qualquer dúvida e sugestões, só deixar nos comentários.

Aqui uma foto das crianças esperando a hora de ir embora, num dia de chuva.
Deixo aqui um link do vídeo da escola do João que fiz há um tempinho atrás, só para vocês terem uma noção de como são as escolas japonesas.
http://youtu.be/V--6EAwp01M

Poly Uno -

Panela de arroz do Japão

Bom, quem não conhece ou nunca viu a famosa panela de "Gohan" está ai!
Cheia de botões, com essas letras esquisitas...
Sim, é assim mesmo.
Muitas pessoas, principalmente descendentes de japoneses, possuem essa panela no Brasil. 
Você deve estar se perguntando agora:
 - E como é que funciona essa geringonça?
Simples, minha cara amiga.
Apenas colocando arroz, água e apertar o botãozinho do lado superior direito.
Fim! No more secrets =)
Viu só como é simples?
Até o meu filho já tem as manhas. Haha
Óbvio que não é apenas colocar qualquer quantia de arroz e água e 'voilá'.
Observem que na parede da panela, tem alguns números.
A da foto vai até 5.5 mas existe uma variedade de panelas, tamanhos e formatos.
Por exemplo, para 3 xícaras de arroz, eu encho de água até o risquinho do número 3.
Simples, não é mesmo?
Assim que eu aperto o botão pra cozinhar, começa uma contagem, marcando em quantos minutos estará pronto.
Depois de pronto, ela toca uma musiquinha.
Fofo, né? <3
E fica aquele arroz grudadinho que os japoneses (e eu) tanto amamos.

E essa é a típica colher de arroz do Japão.
Mas existem várias.
Como da Hello Kitty e vários outros temas.
Tudo aqui é muito fofo e vocês vão encontrar muito disso por aqui.
Olhem só que coisa mais cute, gente *-*
Essa colher de arroz é da Minnie e toda rosinha.
Sabe onde eu encontrei?
No ¥100yen Shop, a loja de 1 dólar.
Eu, particularmente, adoro as coisinhas de lá.
Além de ser muito barato, tem muita coisa fofa assim como em qualquer outra loja.
A única coisa ruim é que os produtos são bem frágeis; louças, por exemplo, quebram rapidinho!
Eu já quebrei um copo ao lavá-lo. rs
Mas existem coisas e coisas, né.
Produtos mais resistentes e outros mais podrinhos, depende do material.
Enfim, isso é assunto para outro post. =D

Bom, é isso, pessoal!
Espero ter matado a curiosidade de alguns e qualquer duvida é só deixar nos comentários.
Quem quiser saber melhor sobre as panelas e quiser que eu faça um vídeo sobre isso, é só pedir. <3

Beijos e uma ótima quarta-feira =)


Introdução

Bom, como começar?
Meu nome é Poly e eu moro no Japão.
Quando vim pela primeira vez, eu tinha apenas 12 anos.
Cresci e morei aqui até os meus 17 e voltei para o Brasil, grávida.
Sim, isso mesmo. Eu fui uma das mães precoces do ano de 2005.
Fiquei no Brasil por cerca de 3 anos e voltei, grávida novamente. 
Pois é!
No Brasil eu casei, me separei, engravidei, enfim... 
Aconteceu tudo o que tinha que acontecer.
Mas eu não conseguia me acostumar, sentia falta do Japão.
Das comidas, dos lugares, do cheiro (sim, é diferente) do ar, de tudo.
Quando eu coloquei os pés em território japonês, pensei:
 - Lar doce lar!
E foi assim que eu criei o nome desse blog; Japão doce Japão.
Alguns vão me entender.

E é isso o que eu quero mostrar para todos vocês.
O Japão ao meu ver.
O meu dia a dia.
A minha rotina.
Talvez mostrar um lado dessa ilhazinha que muitos não conhecem.
As crises, os problemas que os estrangeiros enfrentam, situações do dia a dia, enfim...
Mostrar também o lado mágico desse país.
Coisinhas fofas e cute, tecnologia de primeira, costumes japoneses...
Mas lembrando que tudo será ao meu ver.
A minha opinião, a minha admiração e também o lado negativo.
Ou seja, esse blog será como o meu diário.
Diário de uma mulher vivendo no Japão por mais de 10 anos.
Criando dois filhos, enfrentando problemas e também usufruindo das coisas boas da vida.

Eu tenho um canal youtube.com/thepolyuno e lá eu tento mostrar um pouco de tudo.
Mas aqui no blog será tudo mais detalhado.
Mostrarei coisas que não consigo filmar, como por exemplo encontrar um produtinho interessante mas que não convém fazer um vídeo de 2 minutos, sabe?
Eu amo ler e escrever, mas a minha maior paixão é escrever.
É escrevendo que eu consigo me expressar, que eu me encontro.
Lógico, não sou nenhuma profissional, mas um dia chegarei lá. rs
Por isso eu acho que aqui vai ser muito mais fácil de explicar e mostrar certas coisas do que no meu canal do YouTube.
Já que nem sempre eu estou animada para gravar videos, sentar em frente à câmera e começar a falar.
Não é todo dia que estou inspirada e com humor.
Mas não terei esse problema quando for pra postar aqui pra vocês.
Aqui vocês encontrarão de tudo e espero poder ajudar muitos outros que tem curiosidade por esse país maravilhoso.



Poly Uno -